quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Bárbara



Bárbara Schmid, uma pessoa especial, foi me apresentada no Rio, via internet, por um grande amigo. Reside em Viena, mas passa anualmente algum tempo em Varsóvia, sua cidade natal, onde dispõe-se a trabalhos voluntários, entre eles, no Instituto Histórico Judáico.

Recebeu-me no aeroporto de Varsóvia e desde então trata-me com muita atenção e carinho. Levou-me para conhecer os pontos mais importantes da cidade, incluindo o seu Instituto e seu notável acervo impactante.

Quando soube que eu queria visitar o local de residência do Chaia, na Rua Targowa 2, ficou perplexa. Levou-me ao local que buscava e contou-me uma história pessoal:

Sua mãe, ainda jovem, com 26 anos, durante a guerra, escondeu-se com mais 6 familiares, incluindo sua avó, nesta mesma rua, no número 64 - terceiro andar. Como somente ela não tinha fisionomia judáica, era a única que podia sair à rua. Por ser muito bonita, em uma dessas saídas foi seguida por um soldado alemão que a acompanhou, paquerando, até sua moradia. Os demais familiares em outro aposento ficaram aterrorizados, mas felizmente nada mais aconteceu.

Eis Bárbara na porta do prédio onde sua mãe encondeu-se e a varanda do terceiro piso. Ela já esteve no local diversas vezes.

Obrigado Bárbara por sua hospitalidade e atenção. São momentos preciosos em nossas vidas, que não mais serão esquecidos.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um abraço no Chaia



Szaia Iuda Vibranovski, o Chaia, ou ainda o Xavier como era conhecido em Vitória, Espírito Santo, nasceu em um pequeno vilarejo chamado Kolbiel (clique para ver), a cerca de 50 km a sudeste de Varsóvia, em 1905. Comemorava seu aniversário no dia primeiro de maio, apesar de não ter certeza desta data. Os pais de Chaia, Moses e Hendla, tiveram uma numerosa prole de 8 filhos, 4 homens e 4 mulheres. *(Jitman disse: Os meninos chamavam-se Nathan, Saul, Guitman e Szaia. As meninas Fanny, Dora, Frida e (?). Fanny, já com sua filha Helena e mais Dora e Frida imigraram para o Brasil. Parece que mais um (filho/a ou marido/esposa) também imigrou porém retornou*).

Aos 23 anos morava na Rua Targowa 2 apt 234 no bairro de Praga em Varsóvia. Em polonês TAR significa BAZAR e Targowa pode ser traduzido como o local do bazar. Além da remodelação natural como qualquer cidade, Varsóvia sofreu grande destruição durante a segunda guerra. O edifício existente no local foi substituído por um outro prédio que leva o mesmo número 2. Ainda é o primeiro prédio desta rua. O prédio vizinho a este, já em outra rua é ainda antigo, mal conservado, expondo seus tijolos que provavelmente foram também vistos por Chaia.

O novo prédio aparentemente está recuado em relação ao prédio original. Na sua frente existe uma árvore que aparenta ser antiga... caso ela tenha mais de 80 anos, certamente Chaia brincou nela, deitou-se à sua sobra e quem sabe, garoto escalou seus galhos... não dá para saber, todos que puderam testemunhar já se foram.

Fica uma indagação: Em 1928, quando Chaia partiu para o Brasil, o bairro de Praga não era o local onde a maioria dos judeus poloneses viviam. Foi um local muito pobre, habitado pelos menos favorecidos. Ainda hoje este bairro é considerado inferior para residência e existem prostíbulos. Uma das hipóteses e que Chaia tenha usado este endereço somente para questões de obtenção do passaporte que foi feito em uma delegacia policial, na época vizinha do prédio.

O Instituto Histórico Judaico em Varsóvia possui uma notável coleção de informações sobre judeus que procuraram parentes após a grande guerra. Seus registros revelam somente 3 buscas com o nome Wybranowski (ou Wybranowka no feminino).

No dia 25/6/1946 Zofia Wybranowska nascida em Tomaszów Lubelski/Polonia (28/11/1913) e Aleksandra Wybranowska nascida em Zytomeirrz/Ucrânia (12/6/1941), mãe e filha, procuravam parentes.

No dia 19/10/1946 Josef Wybranowski nascido em Kielce/Polônia (2/1/1926) também procurava parentes.

É muito possível que Aleksandra e Josef ainda vivem. Vamos abraçar a árvore e procura-los.

domingo, 27 de setembro de 2009

Yo no creo en brujas, pero las hay, las hay


Diz a lenda que quem esfregar as mãos em uma das figuras debaixo da escultura de São João Nepomuceno, uma das 36 que ornamentam a Ponte de Carlos, voltará a Praga, com certeza...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Praga, a caminho de Varsóvia

Quando era pequeno, não entendia porque a cidade natal de minha mãe se chamava Buda- PEST.
Achava que tinha a ver com "este menino é uma peste..." Por esta razão achava que minha mãe tinha a ver alguma coisa com PRAGA. Enfim, Pest e Praga, tem outras explicações - como tanta outras coisas que acreditei até hoje.


Se gostar do vídeo, tem continuação parte 2 e depois parte 3.

E mais esta imperdível.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Moiche e Salula


Dois caipiras no (êta admirável mundo novo) Carlos Studio - Rua México 21 - Centro Rio de Janeiro (+/- 1950)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Budapest

Os capixabas novamente


Já tem algum tempo, mas aqui estamos, os rebentos capixabas, novamente reunidos.

A escadinha começando por "baixo": Jitman, Léa, Saul e o grande Moyses

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mais visita a Budapest


Léa visitou Budapest (e também Varsóvia) e trouxe lembranças inesquecíveis...

domingo, 20 de setembro de 2009

Familia Capixaba


Quando os Vibranovski e os Moskovics se encontram. Bertha e Chaia (Szaia) e seus rebentos, Moyses, Saul, Léa e Jitman. Como é nome da bonequinha nos braços de Léa?

Parte da família capixaba


Uma chegadinha ao presente para permitir um olhar ao passado distante. Muita água já rolou, apesar de como ter observado pelo Chaia, tudo se passa como um breve piscar. A escadinha (incompleta) Saul, Léa e Jitman.

Até hoje não sei como o Jitman se livrou do apelido Dudú. E a Léa também (ficava furiosa com razão) quando era chamada de... chiiiii esqueci !!

Os Wybranowsky em Warsow


Diversos membros dos Wybranowsky (sobrenome convertido para Vibranovski) - Szaia (já falecido) indetificou seus irmãos, a maioria deles, não registrando contudo o nome de maridos ou esposas. Hendla, a matriarca destaca-se no grupo. Em destaque Szaia que, juntamente com suas irmãs Dora e Frida, aparentemente já haviam partido para o Brasil

Szaia (Chaia) Vibranovski


Jovem boa pinta... foi tirada quando estava para viajar ao Brasil, esta foto está no passaporte de Chaia que chegou ao Brasil em 17 de dezembro de 1928, tendo sido recebido por um povo hospitaleiro e generoso.

O passaporte polonês nº 192822 foi emitido em Varsóvia no dia 2 de outubro (?) de 1928. Obteve visto no Consulado Brasileiro em 16 de novembro do mesmo ano mediante o pagamento de 4$000.000, tendo embarcado no UL TARGOWA em 13 de novembro.

Jitman visita Garay utca 24


Jitman visitou a Garay utca 24 (utca é rua em Húngaro), durante sua participação em um Congresso Internacional de Arteterapia. Exibe a foto (ver postagem anterior) da sua bisavó, tio Carlos e mãe Bertha

Bertha, Carlos e avó em Budapest (+/- 1920)

Acredita-se que esta foto foi tirada em Budapest por volta de 1920. Seu verso contém anotações do que se supõe o endereço onde residiram estes parentes: Garay utca 24.

A foto foi obtida com Carlos, que migrou para o Brasil, tendo feito a Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro e tornado-se um dos mais conhecidos fotógrafos no meio das artes e outros segmentos.