segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Encontro com Xavier em Budapest


Uma viagem ao passado precisa de algumas coincidências. Uma delas foi o encontro fortuito com um equatoriano que viaja pelo mundo, correndo maratonas. Já contabiliza 46 e diz que certamente estará no Rio em breve. Xavier Chacon, boa sorte, estamos torcendo por você, até porque gostamos muito do nome que nos relembra a Casa Xavier. O Szaia era um nome complicado para os capixabas e alguém resolveu apelida-lo de Xavier e acabou colando. Quem foi?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Samuel e Morris

Samuel e Morris Mokowitz e outros irmãos, nasceram em Budapeste. Quando Samuel conheceu Rosa, com quem veio a se casar, Morris ainda era moleque. A primeira filha de Samuel com Rosa, Bertha, chegou mais cedo do que esperavam. Como Samuel e Rosa ainda não tinham estrutura para manter o bebê pediram aos pais de Samuel para cuidar de Bertha. A menina viveu nesta casa por alguns anos até que Samuel conseguisse se firmar financeiramente. Com a família já reunida, Saumel e Rosa tiveram ainda em Budapest mais dois filhos, Carlos e Helena.

A retirada de bebê Bertha da casa de seus avôs, além de outros problemas pré-existentes, deixou marcas negativas na família. Morris, muitas décadas depois, pouco antes do seu falecimento, ainda relembrava que, apesar de sua pouca idade, gostava de cuidar e brincar com Bertha.

Posteriormente Samuel voltou a ter problemas financeiros, aparentemente seus negócios fracassaram em razão da onda anti-semita na Europa. Por orgulho não mais voltou a pedir ajuda a sua família. Decidiu tentar imigrar para os EUA seguindo o caminho de conhecidos. Nesta épóca porém a imigração para este país estava fechada e Samuel resolveu imigrar para o Brasil, deixando para mais adiante seus planos de ir para o eldorado americano, o que nunca aconteceu, pois o Brasil mostrou-se generoso para sua família.

Samuel em total segredo veio sozinho ao Rio de Janeiro e logrando, com ajuda de húngaros, estabelecer uma pequena atividade de antiquário, mandou vir também Rosa e seus 3 filhos. Nesta época ainda existiam nos arredores do Rio, localidades com peças portuguesa em prata e ouro que permitia Samuel alguma atividade lucrativa.

Samuel não teve mais contato com seus familiares e após as notícias das atrocidades cometidas contra os judeus na Europa, inclusive o massacre dos húngaros, concluiu que não havia mais sobreviventes na sua família.

Ocorre que Morris, que acreditava que Samuel ainda estava em algum lugar na Hungria, conseguiu também sair, primeiramente para Israel, onde não se adaptou, conseguindo depois ir para os EUA.

Muitos anos se passaram, talvez 30, tendo tanto Samuel quanto Morris que casou-se com Blanche, desevolverem suas famílias no Brasil e nos EUA, sem contatos.

Um amigo de infância de ambos, Rubstein, morando no Brasil e tendo contatos com Samuel, em viagem a New York, no tempo de muitas escalas, em uma delas, em Miami, cruzou com alguém que de relance achou parecido com Morris. A falta de certezaa e pressa da conexão, não permitiu Rubstein abordar o sujeito. Porém já em New York comprovou junto a comunidade húngara que realmente um dos Moskovics residia na Flórida.

Rubstein trouxe esta notícia para Samuel que ainda incredulo, encarregou seu filho Carlos, já um fotógrafo famoso no Brasil, em uma viagem que iria fazer aos EUA a procurar informaçoes sobre Morris. Em Miami Carlos buscou no catálogo telefônico por Mokovics, não encontrando nenhuma referência.

Em viagem seguinte a New York, Rubstein também procurou no catálogo de Miami e compreendeu porque Carlos não havia encontrado o que procurava. Morris alterou seu sobrenome, tipicamente como fizeram muitos imigrantes, de Moskovics para Mosk. Lá estava Mosk, Morris. Ainda assim, por ser ainda de madrugada, em torno das 5, resolveu ligar. Morris atendeu, acreditou em Rubstein diante de sua identificação e pediu para se manter no aeroporto, prometendo embarca-lo no mesmo dia em outro vôo pela tarde. Foi busca-lo, levando-o a sua casa, apresentando a sua família e enviando cartas e inúmeras fotos.

De volta ao Brasil, Rubstein surpreendeu Samuel com todo este material.

Foi preciso ainda algum tempo para o primeiro contato entre estes ramos da família. Um dos netos de Samuel, David, em viagem de intercâmbio na Flórida, fez um primeiro contato direto - o David, vai contar como foi...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A grande Sinagoga de Budapest


Situa-se a cerca de 2 km da Rua Garay. O gueto de Budapest ficava ao seu redor. É bem provável que os moradores da Rua Garay, mesmo muito antes da guerra fossem judeus na sua maioria. O prédio existente nos fundos da Sinagoga, com acesso pela rua traseira pertence a comunidade judáica com registros atuais e antigos dos seus membros. É permitido o acesso para turistas com questões especiais até as 11 hs da manhã.

É a maior sinagoga da Europa, possui 3.000 assentos. Tem 75 m de comprimento e 27 m de largura. Foi construída entre 1854 e 1859 no estilo renascentista.

Theodor Herzl nasceu em 1860, ao lado da sinagoga. Sua casa foi transformada no atual Museu Judaico.

Durante a ocupação nazista não foi destruída, pois o edifício foi utilizado como centro de comunicação pelos alemães.

Muitas outras partes da cidade, apesar de não terem sofrido o bombardeio aéreo como ocorrido na Polônia, foi destruído e reconstruído nos mínimos detalhes originais. Um exemplo disto são as pontes que ligam Buda a Pest.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Budapeste

Rua Garay, Estação Kaleti e o famoso strudel de maçã




A chegada por trem em Budapeste na Estação Central Kaleti (Kaleti pu.) guarda uma grande surpresa para os Moskovics. Da esquina mais próxima da Rua Garay (Garay ut.) 24, avista-se a entrada lateral da estação!

Toda a região é de prédios antigos e certamente existem há mais de 80 anos, inclusive a estação ferroviária.

O prédio 24 da rua possui varandas muito charmosas. Um dos apartamentos do térreo foi transformado em uma confeitaria onde o strudel (rétes) é o produto principal. A atendente muito gentil, quando soube que ali residiram nossos familiares disse à minha imaginação que a receita daqueles rétesek foram passados de geração em geração. Comprei um de maçã (almás), com a receita especial Moskovics e fui comer de noite já no hotel, não sobrou um pedacinho. Lambi os beiços como se beijasse Bertha, Carlos e Helena.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dorata


Alguns anos depois do fim da guerra e libertação dos campos nazistas, um grupo de ex-prisioneiros polacos começou a propagar publicamente a idéia de conservar a memória das vítimas de Aushwitz. Assim que foi possível uma parte deles chegou ao local do antigo campo para proteger suas ruínas. Eles organizaram a chamada Defesa Permanente do Campo de Oswiecim e começaram a cuidar dos milhares de peregrinos que chegavam em massa buscando sinais de seus familiares, orar e prestar homenagem aos assassinados. Em 2 de julho de 1947, foi fundada o Museu Nacional Aushwitz-Birkenau.

Desde então pessoas direta ou indiretamente ligadas a maior tragédia cometida por seres humanos, fazem de seu projeto de vida, o trabalho de preservação, divulgação, manutenção da memória, guias dos visitantes.

Todo este trabalho é feito com profunda dedicação e energia. Desde os mais relevantes aspectos até os mínimos obscuros detalhes são expostos. São pessoas apaixonadamente convencidas que o seu trabalho contribui para que a verdade mantenha-se viva e que a humanidade não volte a ser atingida pela barbárie. Dorota é uma dessas pessoas.

Cracóvia

Castelos e Dragões



Conta a lenda que, há muito tempo, em uma certa colina chamada Wawel, hoje pertencente a Polônia, o Rei do local chamado Krak contruiu um castelo fortificado para defender-se dos seus inimigos. O seu povo vivia muito bem, saindo do castelo durante o dia para plantar e cuidar de ovelhas e bois.

Um determinado dia, apareceu na região, ninguém sabe de onde, um feroz dragão que devorava tudo que encontrava. O Rei mandou levantar ainda mais os muros do castelo e enviou seus mais corajosos cavaleiros para matar o dragão sem qualquer sucesso. O dragão devorava todos os animais e destruia a plantação nos arredores, aterrorizando todos os habitantes do local.

O rei Krak, desesperado com a fome e o pavor do seu povo, prometeu que satisfaria qualquer desejo de quem matasse o dragão e daria sua filha a princesa Wanda em casamento.

Foi então que um jovem muito esperto, aprendiz de sapateiro, disse ao rei que podia matar o dragão. No início, todos ficaram incrédulos, porém quando o jovem disse ao rei o seu plano, o rei Krak, como não tinha mais nada a perder, concordou, achando que o jovem seria mais uma vítima do dragão.

O pequeno sapateiro, conseguiu matar o dragão e foi recebido no Castelo de Wawel como verdadeiro herói, sendo carregado nos ombros de todo o povo.

O jovem não quiz nada para si e também não aceitou casar-se com a princesa, mas isto já é outra história.

As terras do Rei Krak, expandiram-se e hoje é conhecida como Kraków, ou Cracóvia em Português. Durante muito tempo foi a capital da Polônia e até hoje o Castelo de Wawel é uma dos lugares mais bonitos da cidade, com suas majestosas torres, salões, tapeçarias, jóias, catedrais, jardins, portões etc.

Toda esta história está contada em Polonês, Inglês e Austríaco. Os garotos espertos, vão estudar muito, passar de ano e fazer pesquisa sobre o Castelo de Wawel. Também vão aprender a ler e falar outras línguas para poder ler um lindo livro sobre a lenda do dragão e de como o jovem conseguiu a incrível proeza.

sábado, 3 de outubro de 2009

Varsóvia atual

Um exemplo de orgulho dos ancestrais e sua história é dado na reconstrução, nos mínimos detalhes, da cidade velha de Varsóvia - utilizou-se de fotos antigas, pinturas, memórias... A "Old Town", incluindo o Palácio Real, está como sempre esteve por séculos, no que pese terem sido transformado em escombros durante a guerra.


Varsóvia - destruição e reconstrução



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Os "desiarze", as "prazanka" e o bairro Praga


Vejam só (clique) o que diz a Caciana, gaúcha, estudante de relações internacionais da Universidade de Varsóvia, também residente na "nossa" rua Targowa em postagem de 1 de setembro. A rua continua até hoje muito especial.

Parabéns e felicidades Caciana, seu blog contém muitas informações interessantes para nós, e está muito bem desenvolvido.